BATALHA ESPIRITUAL
Sob este tema queremos analisar o que se refere à luta do
cristão contra o mal,
ou contra o diabo e contra os demônios.
Dois temas que estão interligados, porém são distintos:
Exorcismo e Batalha
Espiritual. Mas a luta entre a Igreja e Satanás não se
enquadra em uma área
somente, muito embora a demonologia bíblica, que por sua vez
é um departamento
da angeologia, (o estudo dos anjos bons e maus) certamente
seja a principal área
afim. O fato é que os ensinos e práticas da "batalha
espiritual" levantam questões
sérias relacionadas com diversas áreas do nosso conhecimento
de Deus.
3.1- A mania “diabológica” nas igrejas
Existem várias razões para essa preocupação. Uma delas é que
o movimento,
onde tem ganhado a adesão de pastores e comunidades, tem
produzido um tipo de
cristianismo em que a atividade satânica se tornou o centro
e mesmo a razão de ser
da existência destes ministérios e igrejas. A preocupação
com Satanás, a ponto de
ser mencionado mais que Deus e Jesus tem se tornado comum
atualmente.
A atividade dos demônios é real, e a Bíblia dá instruções
para lidarmos com o
assunto. A Bíblia apresenta a Batalha Espiritual em três
frentes: o mudo, a carne e o
diabo. Cada uma delas precisa ser levada a sério, e para
cada uma há uma
estratégia de combate. Para combater os impulsos da carne
veja 1 Co 10.13.
Interessante que as maldições sejam um ponto em comum entre
as pessoas que
lidam com o ocultismo, mas a Bíblia não ensina como
“quebrar”, portanto
entendemos que os cristãos não deveriam se preocupar com
isso. Pecados da
concupiscência, homicídio e ira são descritos no NT como
pecados da carne (Tg
1.14) e não problema demoníaco, apesar de o diabo usá-los
para tentar. O
cristianismo está eivado de superstições, baseadas em
pensamentos e experiências
humanas, geralmente de pessoas que se converteram do
ocultismo e ainda não
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aprenderam a lutar com as “novas armas”, ou seja de
realmente se desfazer dos
métodos ocultos em troca dos bíblicos. (Ice & Dean:
1995)
3.1.1- Muitos cristãos vivem derrotados
Os cristãos querem viver uma vida agradável a Deus porém
todos enfrentam
lutas e oposições. Quando alguém se converte a Jesus, se
torna inimigo de
Satanás, que é denominado de “o príncipe da potestade do ar”
(Ef 2.2), e “o deus
deste século” (2 Co 4.4). O cristão precisa saber como lutar
nesta guerra. Satanás
tem dois aliados, o sistema mundano e a natureza pecaminosa.
Quando nos
concentramos apenas na batalha contra satanás, deixamos
vulneráveis outros dois
campos. A derrota dos crentes acontece porque muitos não
conhecem a Bíblia e
baseiam sua vida em experiências humanas, ou interpretam a
bíblia erroneamente.
Devemos verificar o que a Bíblia diz acerca da batalha
espiritual. Infelizmente têm
invadido as igrejas uma maneira mundana, quase supersticiosa
de entender a
batalha espiritual. (Ice & Dean: 1995)
3.1.2- Beirando o espiritismo
A Bíblia nos dá instruções suficientes para sermos
vitoriosos na Batalha
Espiritual, o que não significa que temos acesso a todas as
informações acerca do
assunto. Desde que nosso inimigo é invisível, muito mais
poderoso, não podemos
confiar em métodos desenvolvidos pela nossa própria
inteligência, mas confiar no
que diz a Escritura (Ef 6.12, 2 Tm 3.16s, 2 Pe 1.20, 2 Pe
1.3-4).
A possessão demoníaca pode ser usada como um meio de atrair
a atenção,
que pessoas com profundos problemas emocionais podem apelar.
(Ice & Dean:
1995)
O método de libertação que a Bíblia oferece é a verdade (Jo
8.32), que é Cristo
(Cl 1.13). Mais e mais crentes estão sem perceber o abandono
das Escrituras como
suficiente para lidar com a questão, e buscando em
experiências e informações
humanas. (Ice & Dean: 1995)
3.2- Movimento da Batalha espiritual
Quando começamos a estudar sobre “batalha espiritual”, o
ensino com que
logo nos deparamos é o de que existem duas forças lutando
entre si para ganhar a
posse das almas dos mortais.
21
O próprio Satanás está debaixo da soberania divina. A Igreja
cristã sempre
entendeu que Satanás foi originalmente um dos anjos criados
por Deus, talvez um
querubim de grande beleza e poder, que desviou-se do seu
estado original de
pureza e motivado pela vaidade e pela soberba, rebelou-se
contra Deus, desejando
ele mesmo ocupar o lugar da divindade (Isaías 14 e Ezequiel
28). Punido por Deus
com a destruição eterna, o anjo rebelde tem, entretanto, a
permissão divina para agir
por um tempo na humanidade, a qual, através de seu
representante Adão, acabou
por seguir o mesmo caminho do querubim soberbo. Pela
permissão divina, Satanás
e os demais anjos que aliciou dos exércitos celestiais,
cumprem nesse mundo
propósitos misteriosos, que pertencem a Deus apenas. Alguns
deles transparecem
das Escrituras, que é o de servir como teste para os filhos
de Deus e agente de
punição contra os homens rebeldes. (LOPES: Quatro
Princípios...)
Assim, a Bíblia nos ensina que Satanás não pode atacar os
filhos de
Deus sem a permissão dele. Foi somente assim que pode atacar
o fiel Jó
(Jó 1.6-12; 2.1-7), incitar Davi a contar o número dos
israelitas (1 Cr 21.1
com 2 Sm 24.1) e peneirar Pedro e demais discípulos (Lc
22.31-32). Os
crentes têm a promessa divina de que Ele só permitirá a
tentação
prosseguir até o limite individual de cada um (1 Co 10.13),
o que só faz
sentido se o Senhor tiver pleno controle sobre a atividade
satânica.
(LOPES: Quatro Princípios...)
3.3- Fontes do Movimento da Batalha Espiritual
Rita Cabezas (1996) ensina a prática de descobrir nomes de
demônios para
libertar as pessoas es estende também à prática de tentar
descobrir o nome dos
espíritos territoriais, com base em práticas psicológicas e
de libertação, recebimento
de palavras de revelação, nas experiências e em certos
livros (Dicionário de deuses
e deusas, diabos e demônios; Paraíso perdido; O Peregrino).
Estas atividades
chegam perigosamente perto do espiritismo, onde as
informações são obtidas direta
ou indiretamente dos próprios demônios, como por exemplo de
um ex-líder do
ocultismo. Satanás procura enganar os crentes envolvendo-os
em áreas ilegítimas,
levando-os a serem usados para atingir os objetivos do
próprio Satanás. Muitos
crentes estão dispostos a confiar em informações de
ex-satanistas, sem analisar a
fundo, como no caso de John Todd, que inventava muitas
coisas e seduzia jovens
evangélicas. (Ice & Dean: 1995)
Uma das mais sérias deficiências do livro "A Igreja e a
Batalha Espiritual",
escrito por Neuza Itioka e em todo material dos adeptos dos
ensinos de
espíritos territoriais dizem respeito às suas fontes. É
surpreendente
encontrar nas notas bibliográficas fontes como "fatos
constatados e
verificados nas ministrações pessoais", depoimentos
pessoais, e
testemunhos de ex-pais de santos. É destas últimas
"fontes" que Neuza
Itioka tira o fundamento para grande parte do seu livro. Por
exemplo, a
sua convicção de que crentes verdadeiros podem ficar
endemoninhados
baseia-se, não em exegese das Escrituras, mas na narrativa
de várias
experiências que teve. Itioka freqüentemente menciona
experiências
pessoais para provar suas convicções. Ela afirma, com base
na sua
experiência de aconselhamento, que certos demônios
"adquirem" o direito
de se sentarem no pescoço das pessoas. Com base em
testemunhos, ela
afirma que as orações da Igreja diminuem o índice de
criminalidade,
roubo e violência, que as entidades de uma rua podem ser
atadas, etc.
(LOPES: Quatro Princípios...)
Em seu último livro (Desmascarado [São Paulo: Renascer,
1996])
Cabezas narra longos diálogos que teve com demônios (falando
através
de pessoas endemoninhadas), os quais não somente lhe
revelaram seus
nomes, como também lhe deram informações sobre outros
demônios. Ela
afirma que não é correto basear sua teologia no que demônios
dizem,
mas acrescenta “... tenho a impressão que aquele demônio
dizia a
verdade..." (p.216). (LOPES: Quatro Princípios...)
3.4- Medo do diabo
O pensamento dualista têm como conseqüência o medo da
derrota – apesar de
a Palavra de Deus ser clara a respeito da vitória do crente
– e transforma a oração
em um mini-ritual mágico.
Este pensamento é uma constante na vida dos participantes do
movimento de batalha espiritual. Por isso, explicas-se a
constante oração
por proteção e o ato “místico” de vestir a armadura espiritual.
Estas
pessoas vivem em todo o tempo com medo do diabo, medo de dar
“legalidades” ao inimigo, medo de tudo. (LOPES: Quatro
Princípios...)
Esta preocupação mostra-se evidente nas orações. Em uma
apostila
sobre Batalha espiritual, a Missão Shekinah ensina seus
alunos a orar da
seguinte forma: “Eu me cubro com o sangue do Senhor Jesus
Cristo para
me proteger durante este período de oração... eu me cinjo
com a verdade,
revisto-me da couraça da justiça, calço as sandálias da paz
e coloco o
capacete da salvação. Levanto o escudo da fé contra todos os
ardentes
dardos do inimigo e tomo em minha mão a espada do Espírito,
que é a
Palavra de Deus, e uso a Tua Palavra contra todas as forças
do mal em
minha vida”. (LOPES: Quatro Princípios...)
3.5- Exorcismo
Exorcismo é uma prática utilizada em todas as religiões, que
consiste na
expulsão de maus espíritos através de vários métodos, como
palavras “fortes” e
manipulações religiosas (de pessoas, animais e coisas)
(WISSEN: Exorzismus) Uma
forma de magia em que se procura expulsar espíritos maus por
meio de fórmulas e
cerimônias mágicas (At 19.13-16). (BOL - Dicionário Almeida
SBB – EXORCISMO)
Por exemplo, na Mesopotâmia, primeiramente a feitiçaria (ca.
3500 a.C.),
depois o culto aos espíritos e mais tarde rituais de
exorcismo forma muito populares.
Nas culturas egípcia, babilônica, assíria e judaica
atribuíam-se certas
doenças e calamidades naturais à ação dos demônios. Para
afastá-los,
recorria-se a algum esconjuro ou exorcismo. A cultura
ocidental recebeu
essas idéias por intermédio da Bíblia e do cristianismo
primitivo. (BARSA:
Exorcismo)
A prática católica do exorcismo é descrita pela Barsa, como
segue.
Quando objetiva a expulsão de demônios, chama-se
"solene" e deve
fazer-se de acordo com fórmulas consagradas, que incluem
aspersão de
água benta, imposição das mãos, conjurações, sinais da cruz,
recitação
de orações, salmos, cânticos etc. (BARSA: Exorcismo)
3.5.1- Exorcismo no Catolicismo
Curas e exorcismos eram comuns no tempo primitivo da igreja.
Com o passar
do tempo e com a institucionalização da igreja, a função de
exorcista passou de uma
função carismática para uma função institucionalizada e
delimitada ritualisticamente
no “Rituale romanum”. (BARSA: Exorcismo)
Os exorcismo ordinários, que têm por objeto expulsar o
demônio do corpo
de um possuído, são prática raríssima e só confiada,
mediante permissão
episcopal, a sacerdotes muito experientes. (BARSA:
Exorcismo)
O racionalismo do século XVIII desmistificou muitas coisas
que eram tidas por
miraculosas. Também a descoberta do hipnotismo e da
psicologia profunda no
século XIX desmistificou muita coisa. Deste modo a igreja
Católica começou a
interpretar o exorcismo (ordinário na bênção da água
batismal e na sagração dos
santos óleos) como um símbolo da libertação do pecado e do
poder do demônio.
(BARSA: Exorcismo)
3.5.2- Exorcismo cristão
Na religião cristã, exorcismo é uma cerimônia para expulsar
os espíritos maus
dos corpos dos possessos ou parem de dominar sobre pessoas,
coisas ou lugares.
(BARSA: Exorcismo)
Essencialmente o exorcismo cristão é nada mais, nada menos
que expulsar
espíritos maus pelo poder de Deus (Mt 10.8; 12.28; At
16.16-18). (BOL - Dicionário
Almeida SBB – EXORCISMO)
A contrapartida do exorcismo é a possessão. Alguns fatos
acerca de
possessão que a pesquisa bíblica revela.
No AT é mencionado um “espírito mau de Deus” que se apodera
de Saul
(1 Sm 16.6), e o atormenta (16.14; 18.10). Os adivinhos consideravam-se
dominados por um “espírito dos mortos” (28.7), que habitava
neles
quando adivinhavam. O judaísmo rabínico atribuía diversas
doenças,
sobretudo a epilepsia e semelhantes à possessão, ou pelo
menos à
influência de maus espírito. Pode-se pensar, p.ex.., no mau
espírito de
Tob 8.3; cf 3.8; 6.15. Os judeus conhecia toda a espécie de
meios para se
defender contra a influência nefasta dos maus espíritos; os
seus
exorcistas profissionais, que veneravam Salomão como seu
padroeiro e
modelo, são mencionados também no NT (Mt 12.27; At 19.13s).
(v. d.
Born: Demônios)
3.5.3- Exorcismos de Jesus
O N.T. se mantém numa linha na mesma opinião que os judeus
da época e
logo anterior. O evangelho de Marcos é o que mais se detém
neste ponto, relatando
de forma realista os exorcismos de Jesus. O que estes
exorcismos significam: em
certos casos, expulsar o demônio do corpo de possessos ou
lunáticos e em outros,
da cura de enfermidades atribuídas ao demônio (observe como
se dá margem aos
dois lados).
É importante entendermos o significado que os evangelistas
davam para estes
exorcismos de Jesus.
Os evangelistas se servem dessas vigorosas ilustrações para
demonstrar
a vitória de Jesus sobre Satanás e também para mostrar como
seu povo
se libertou do pecado: "É agora o julgamento deste
mundo, agora o
príncipe deste mundo será lançado fora;..." (Jo 12:31).
Assim, esses
milagres seriam também um sinal da instauração do reino de
Deus: "Mas,
se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, então
o Reino de
Deus já chegou a vós." (Mt 12:28). (BARSA: Exorcismo)
3.5.4- A obra de Satanás
Sabemos que Satanás tem poder e está ativo no mundo. Citamos
alguns
exemplos das suas artimanhas.
Sua maldade invisível (cf “poder das trevas” em Cl 1.13) está
atrás da
traição de Judas (Lc 22.3; Jo 6.70; 13.2, 27); ele impugna a
obra dos
discípulos de Jesus (Lc 22.31, a jovem comunidade cristã (At
5.3) a
pregação dos apóstolos (1Ts 2.18); até certas doenças lhe
são inculpadas
(Lc 13.16; 1Co5.5;2Co12.7). Espreita as comunidades cristãs,
mas na
forço da fé podem resistir-lhe (Rm 16.20; Ef 6.16; 1Pe 5.8
etc). (De Fraine
1987)
3.5.5- Prática a exemplo de Jesus e igreja primitiva
Aparentemente não temos instruções claras a respeito da
batalha espiritual no
Novo Testamento. Esta aparente lacuna surge de uma falha de
compreensão das
armas da batalha espiritual. O que muitas vezes têm sido
feito é usar as mesmas
armas da batalha espiritual espírita (xamanismo) dentro do
ambiente cristão, ou seja,
aplicação de fórmulas, palavras fortes, rituais e
determinados objetos com o fim de
rechaçar as forças do mal, simplesmente maquiando a
linguagem mágica com uma
terminologia evangélica. As armas que a Palavra de Deus nos
oferece diferem
totalmente de tais coisas. Para destruir as obras do diabo,
as armas que o cristão
dispõe são a fé em Cristo, que já as destruiu (“Para isto se
manifestou o Filho de
Deus: para destruir as obras do diabo” 1 Jo 3.8) vida de
santidade (“Todo aquele
que é nascido de Deus não vive na prática de pecado” 1 Jo
3.9), e além disso o
amor, o perdão, a confiança em Deus. O uso destas simples
armas é difícil. É mais
fácil usar palavras fortes contra o diabo que tenta destruir
um casamento, do que
amar o cônjuge, de nada adiantará a “magia cristã”, sem
querer aprender de Cristo o
amor, o sacrifício, e a obediência. Cristo também derrotou o
inimigo através do
conhecimento da Palavra de Deus (“Então, Jesus lhe ordenou:
Retira-te, Satanás,
porque está escrito (...)” Mt 4.4, 7 e 10).
3.6- As armas de Deus
O autor Clériston Andrade (2004) faz uma explanação acerca
das armas da
batalha espiritual, num estudo exegético de Efésios 6.13-18.
Citamos alguns
parágrafos.
A verdade de Deus; ou seja, a verdade cristã, o conjunto das
doutrinas
cristãs, que é o que sustenta tudo o mais - segundo o mesmo
uso que
palavra denota em Ef 4: 15.
A justiça - A couraça (...) Paulo, ao usar esta peça, como
metáfora, para
exemplificar a justiça, tinha em mente a justificação. Em Rm
8, Paulo
comenta que nada poderá condenar o crente, pois é Deus quem
o
justifica. Isso quer dizer que (1) não podemos confiar em
nossa própria
justiça, ou santidade, para vencer o inimigo, mas confiar na
justiça que
vem de Deus, através do sacrifício de Jesus; por isso, é que
nada, nem
anjos nem potestades, poderá nos separar do amor de Deus.
(2) Quando
somos justificados, o Espírito Santo opera em nós a obra da
santificação;
uma obra conjunta com o crente, no qual, este, assume, de
forma gradual,
o caráter de Cristo, em particular, o caráter justo, íntegro
- Paulo aplica
este termo, desta forma, em Ef 4:24 e 5:9.
O Evangelho da paz - A sandália romana, usada como figura
pelo
apóstolo Paulo, era feita de couro e possuía vários cravos,
formando uma
camada espessa. Esta peça tinha a finalidade de proteger os
pés do
soldado, onde quer que ele fosse. Para esta peça, são usadas
algumas
interpretações, como a que diz que Paulo está referindo-se
ao
evangelismo.
A fé - O escudo (...) Aqui, o apóstolo Paulo, refere-se a fé
salvífica, de
acordo com o contexto de Ef 1:15, 2:8; 3:12, que produz
entrega total da
alma do crente a Cristo. É a crença que Cristo, como Senhor,
domina,
controla e dirige todos os aspectos da vida do crente. Esta
fé tem a
eficácia de anular os dardos inflamados o maligno.
3.7- Pela fé em Cristo o cristão venceu o diabo e seus
“anjos”
O autor v. d. Born, comparando a literatura rabínica e o NT,
conclue que neste
os demônios são vistos de forma secundária. Há muitas
narrativas sobre
exorcismos, mas dentro de um contexto bem maior.
Além disso, no NT percebemos que a luta contra os demônios
não é uma
questão mágica, mas uma verdadeira luta no plano moral, cujo
objetivo se relaciona
com a salvação do homem. Pela fé em Cristo o medo contínuo,
tão característico
naqueles tempos, é vencido. (v. d. Born: Demônios).
O próprio Satanás está na condição de vencido.
Cristo, porém, expulsa-o de seu domínio (Mt 12.28ss par.; Jo
12.31). Essa
vitória começou em princípio com a vinda de Cristo à terra
(Lc 18.10) e
sua morte na cruz (Jo 12.31; e é completada na parousia (Ap
12.12);
Manifesta-se visivelmente nos exorcismos no evangelho (...).
Por isso
Satanás dirige seus ataques contra o Reino de Deus, iniciado
na pessoa
de Jesus (a tentação de Jesus Mt 4.1ss par.). (De Fraine
1987: Satanás)
De Fraine conclue a partir da análise destes textos que o NT
realmente afirma
a existência do poder do mal personificado. Outras
interpretações do significado de
Satanás no NT seriam distorções.(De Fraine 1987: Satanás)
Nos últimos dias, depois de ter estado amarrado durante o
reino milenar,
reduplicará suas tentativas de destruir o reino de Deus e de
seduzir os
povos (Ap 20.7s); o Anticristo é apenas seu instrumento (2Ts
2.9). Mas
então segue sua queda definitiva no lago de fogo (Ap 20.10;
Jd 6; 2Pe
2.4). (De Fraine 1987: Satanás)